quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Bolacha Maria


Enquanto pessoas responsáveis temos de perceber que, em graus e com implicações diferentes, crise e felicidade dependem de nós e do cuidado que colocamos em viver connosco próprios e com os outros.
Há tempos tinha intenção de convidar uns amigos para um chá lá em casa, mas assolou-me uma angústia tremenda: não tenho tempo de fazer um bolo nem de o encomendar.
Alguém me falou na Bolacha Maria.
Sem angústia proporciona-se um momento familiar, rápido e barato, sem que isso influa negativamente no prazer de receber os amigos.
A partir deste episódio a Bolacha Maria passou a ser para mim a receita da simplicidade, o garante de que a crise não nos hipoteca os bons momentos e a certeza que a felicidade está na forma como valorizamos as coisas simples.
Quando era pequena, em lanches que eram especiais, comia Bolacha Maria com manteiga, doce de tomate ou marmelada, com queijo, Tulicreme ou esmagadas com fruta. Havia ritual nessa preparação e não se comia o pacote inteiro de uma vez.
Na altura de escolher um pacote de bolacha caro e nutricionalmente pouco equilibrado coloco sempre a "regra" Bolacha Maria e tento aplicá-la em tudo. Ajuda-me a intuir mais facilmente o caminho simples e criativo que nos conduz à felicidade.

1 comentário:

lena disse...

A bolacha Maria passou a ser "private joke" para simplicidade. Preferencialmente bolacha Maria produto nacional. Mas basta um sorriso, um aceno ou às vezes, um silêncio compatilhado para ser tão simples quanto a dita bolacha.